Sobre a instalação
Nessa instalação Rodrigo Hipólito discute a importância da ideia de arquivo como justificativa e base maior da “instituição arte” na atualidade. Retomando estratégias da arte conceitual o artista desconecta o referencial de imagem de obras de arte de seu sentido de organização (título, autor, ano) e expõe a impossibilidade de “ler” dados sem discurso. Com intenções de questionar nossa posição frente a crescente acessibilidade (e quantidade) de informações imagéticas referenciais para a história mais recente, que influencia nossa formação e nos situa num mundo sem margens, pergunta-se: “o que você faria se todos os seus arquivos fossem deletados?”
A exposição, presente na Galeria Homero Massena de 26 de Setembro a 09 de Novembro, remete à forma de arquivamento de documentos como metáfora que permite pensar o próprio sentido de arquivo. Quando atentamos para o processamento de nossas memórias, a imagem que temos de nossa história, ou mesmo o vocabulário que possuímos para expressar nossas ideias, podemos entender arquivo de modo mais extenso. “A Grande Justificativa” nos diz: arquivo = discurso.
A Grande Justificativa levanta questionamentos que recaem sobre a “instituição arte”. Re-pensar, re-construir, re-formular, re-significar … não são movimentos de repetição, redundantes e supérfluos. Num âmbito mais amplo do pensamento trata-se de desdobramentos e criações pautadas no entendimento da arte também enquanto documento. Nesse sentido, o catálogo da mostra é entendido como um componente da instalação, pensado como objeto e inserido poeticamente na discussão sobre a justificativa. Os textos reunidos são desdobramentos da própria exposição sem a ela restringir-se, diálogos outros que se relacionam ao mundo (ou mundos) da arte. A relação do arquivo, do documento, da obra de arte com a construção histórica expõe referências teóricas e vivenciais expressas em detalhes que brincam com a observação. Os catálogos feitos em máquina datilográfica e reproduzidos por mimeógrafo mostram-se cobertos por gesso (referência aos livros engessados de Marcel Broodthaers), tendo exposto apenas o título AGJ. O engessamento das palavras restringe o acesso à informação que se formula apenas na possível ação de seu detentor. O arquivo enquanto discurso deixa de estar engessado.
[catálogos à venda na exposição]
Abertura: 26/Set – 19h
Conversa com Artista: 03/Out – 19h
Palestras (fabiana pedroni, renan andrade e renata ribeiro): 17/Out – 19h
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Rodrigo Hipólito é Artista Plástico e Crítico atuante pelo Coletivo Monográfico, no qual desenvolve o projeto “Ínfimos Corriqueiros – Pormenores Possessivos”, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Bolsa Atelier em Artes Visuais 2012). É mediador cultural do Palácio Anchieta, redator do blog Seleta Envelhecida e integrante do projeto Nota Manuscrita (notamanuscrita.wordpress.com).
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GALERIA HOMERO MASSENA
rua pedro palácios, 99, cidade alta, vitória, es.
tel: 3223-5590/3132-8395
ghmassena@gmail.com
A GRANDE JUSTIFICATIVA
rodrigo hipólito
Texto de Apresentação:
corna s. navalla
Textos de Catálogo:
andré arçari
fabiana pedroni
renan andrade
renta ribeiro
peter guthrie
Projeto Educativo:
horrana de kássia
rafael dias
Cerimonial:
anne caroline lemos
Produção:
fabiana pedroni
Galeria Homero Massena:
franquilandia raft
josé a.n. loureiro
mariângela r.v. machado
tania m.j. costa
Estagiários:
mariana e.x.m. guns
mariana gomes
paulo r. emmerick
Apoio:
bianca a.b. santos
marar. stein